Tudo começou com um inocente café no Noo Bai com o Manel e a Rosário. Aí apercebi-me que me tinha esquecido da carteira em casa e estava já a ficar com uma postura de caniche infeliz. Depois juntou-se mais um casal de "jovens" (mesmo jovens), cuja rapariga me estava a fazer lembrar Gloria Trevi nos anos 90, mas sob o efeito de alcoól e qualquer coisa psicotrópica. Decidimos ir um bocadinho até ao Bairro Alto e, alguns minutos depois, Rosário apercebe-se que sua carteira tinha sido roubada. A nossa comitiva rumou até à Esquadra, com a pequena Trevi já bastante alterada. Entrei na esquadra com a Rosário, enquanto Manel tentava acalmar Trevi Jr. Fomos recebidas por um polícia novo e educado, mas parecia o Guarda Serôdio dos Amigos de Gaspar, que noje explicoue cumu é que debiamoje proxeder nesta xituaxão e lá nos encaminhou para uma colega, sentada à secretária, que escrevia os vários telefones para onde a Rosário deveria ligar. Entretanto, o Manel consegue fazer com que Trevi se vá embora, não antes sem gritar um bocadinho e fazer com que os polícias que estavam dentro da esquadra se passassem. Nesta altura, começam a chegar os felizes contemplados com uma noite no xelindró - uns mais conformados que outros - com os pulsos amarrados com cordas e conduzidos por um polícia louro de olhos azuis. Esquecendo-me que já não estava mais à porta do Clube da Esquina, exclamei: "Que lindo que é aquele". Enquanto Manel e eu assistíamos ao pequeno desfile de criminosos na primeira fila, Rosário perguntava à senhora como poderia recuperar os seus documentos. "Tinha a morada em algum dos seus documentos?", perguntou a mulher polícia. "Não", respondeu a Rosário que também já estava com o meu ar de caniche infeliz. "Olha lá" - diz Manel - "o teu cartão do Trump's não tem a morada?". Nisto, começamos a ouvir os "hóspedes" da esquadra, que deviam estar pouco satisfeitos com o room service e gritavam furiosamente. "Isto parece o Hostel do Tarantino", comentou o Manel. E parecia mesmo.
Em cima do monitor do computador da esquadra, havia uns bonecos tipo "pirilampo mágico", mas com um chapéu de polícia, aos quais eu dei o nome de "pirilampo bófia". Amorosos...
Já cá fora, trocávamos as primeiras impressões. A cena dos presos tinha-nos feito lembrar o Die Another Day, da Madonna. Achámos que era uma boa altura e um bom sítio para imitar o vídeo e só parámos quando vimos que estava um polícia à janela da esquadra a rir-se da nossa figura.
Fiquei com muita vontade de voltar para a esquadra - até disse à Rosário para dizer que também lhe tinham roubado o guarda-chuva - porque até estava a ser divertido. Via-se que havia ali alegria no trabalho e os polícias eram todos novos e simpáticos, nenhum tinha barriga cervejeira e foram muito prestáveis.
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