terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

TAXI STORY Nº2


Mais uma história de uma leitora anónima que teve uma oferta generosa de um motorista. Se também têm histórias de táxis para contar, aproveitem agora, antes que eu seja processada pela ANTRAL, e enviem para diariodemarilu@gmail.com .


Apanhei um táxi às 8 h de uma manhã de 1996 – destino 5 de Outubro, Ministério da Educação, com paragem na Duque d´Avila para largar a filha à porta do colégio. Era uma fase complicada da minha vida em que tinha de conjugar o meu papel de mãe de filha adolescente com o de adjunta de membro do governo, qualquer deles mais absorventes, e em que usava as pausas de um para exercer o outro. Com a filha na fase de pedir tudo e um par de botas, aproveitei a viagem de táxi para uma lição de moral sobre o correcto uso do dinheiro, definição de prioridades, relação esforço/prémio, essa conversa que já todos conhecemos. Largada a filha era um salto até à próxima paragem. E foi então que o taxista fez a sua exposição de motivos, que deveria vir a mastigar desde o início da viagem “Tenho vindo a ouvir a senhora e gostava de lhe fazer uma proposta. Já percebi que a senhora precisa muito de dinheiro. Eu sou casado, mas podíamos arranjar uma solução para os seus problemas. Passávamos a marcar uns encontros, tudo muito discreto, e eu ajudava a senhora todos os meses “.

E agora, o que se faz a um taxista benévolo que se propõe sustentar-nos? Agradecer? Mandá-lo abaixo de Braga? Explicar-lhe que se estava a exceder? Que era burro e não sabia distinguir o louro do amarelo? Optei por entregar uma nota de 500$00 escudos para pagar uma corrida de 200 e tal e dizer simplesmente “Por favor, guarde o troco!”.

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