Hoje comemora-se o Dia Europeu do Vizinho e não quis deixar de prestar aqui a minha homenagem aos meus, a todos os que eu já tive. Em primeiro lugar, e porque o dia é europeu, quero mencionar o pequeno pedaço de Europa que mora por cima de mim. Os que acham que nos outros países europeus, as pessoas são todas civilizadas, é só verem estes príncipes e princesas a atirarem beatas acesas e a cuspirem pela janela. Mas como na europa não há professores de Física de jeito, quando confrontados com a roupa dos vizinhos queimada e cuspida, dizem que não foram eles. Porque toda a gente sabe que a lei da gravidade atira com as coisas de baixo para cima e faz com que as beatas venham disparadas do terraço do primeiro andar. Eu sempre soube que o pastor-alemão do meu vizinho fumava umas cigarradas durante a noite. O ladrar dele nunca me enganou. É ladrar de quem fuma SG Gigante.
A pior vizinha que já tive é a minha do Frente, que é maluca de se internar. Durante algum tempo pôs-me cocós de cão no tapete da minha porta, e o pior é que ela não tem cão. Quando a minha vizinha do lado decidiu pintar a casa, a louca achou que se pusesse um alguidar com água e rodelas de cebola abafaria o cheiro da tinta e conseguiu. Conseguiu porque foi um Julho de calor e depois de uma semana, o cheiro da cebola apodrecida fez-nos suplicar por cheiro a tinta, de preferência correctora. Depois de lhe ter pedido para tirar aquilo dali, achei por bem juntar uma cenoura, tomate e batata ao caldinho dela.
Tive também outra vizinha igualmente insane, que achava por bem examinar o meu lixo quando a minha mãe estava fora, não fosse eu ter feito uma orgia e não a ter convidado.
O meu vizinho preferido é o meu vizinho do lado, que é quem me socorre sempre quando o meu computador dá o berro ou apresenta um comportamento estranho. O Nuno é um querido e, quando fumava, eu sabia sempre que horas eram porque tossia sempre às 2.15. Era uma espécie de cuco com catarro.