terça-feira, 4 de dezembro de 2007

FRUSTRAÇÕES NATALÍCIAS 3


Mais uma leitora que nos deixa o testemunho das suas frustrações natalícias. Continuem a enviar as vossas cartinhas para diariodemarilu@gmail.com. Mais vale mandarem as vossas cartas para mim do que para o Pai Natal, que não existe...



Querida Tia Manana

Tenho dois grandes traumas de Natal.
O primeiro foi quando descobri que o Pai Natal, estafeta do Menino Jesus, afinal não existia e quem me punha os presentes no sapatinho eram os meus Pais.

O segundo trauma veio uns anos mais tarde quando descobri que, afinal, o Natal não era o início de um novo ciclo de vida, uma segunda oportunidade que nos era dada anualmente para nos tornarmos melhores como pessoas e cidadãos, mas apenas uma altura com muitas luzes e muitos presentes. Trocado por miúdos, estava à espera de jóias e deram-me bijouteria dos chineses.

Ainda continuo traumatizada.

Laurinda




Querida Laurinda,


Obrigada pelo seu testemunho. Nunca tive esse trauma de descobrir que o Pai Natal não existe. Cá em casa, só aparecia a mão do Pai Natal a dizer adeus na porta da sala e, curiosamente, pedia sempre as luvas emprestadas ao meu avô. Como eu era uma criança muito inteligente, a minha mãe e o meu avô chegaram à conclusão que não valia a pena humilharem-se mais e os presentes começaram a ficar por baixo da árvore de Natal. Aí surgiu o meu grande passatempo de Natal: conseguir brincar com os meus presentes à frente da minha mãe sem que ela desse por nada.

Hoje em dia, o papel de Pai Natal é sorteado à mesa pelos elementos mais novos da família (tipo "vai lá tu que eu estou a fumar e eu fui no ano passado"). Quem faz de Pai Natal usa uma máscara do Clark Gable, dos anos 60, com um pedaço de algodão colado e o figurino respectivo (ver foto). Não é lá muito arejado, mas nós divertimo-nos imenso.

Quanto ao "novo ciclo de vida", quem estamos a tentar enganar? Como é possível começar um novo ciclo de vida com os níveis de colestrol e de triglicéridos nos píncaros?


Aproveite o Natal para se divertir e não pense em ciclos de vida!

Feliz Natal


Tia Manana

1 comentário:

Anónimo disse...

Dona Manana
É por essas e por outra que eu não gosto nada do Natal! Então eu filosofo e a senhora atira-me com os triglicéridos à cara? Eu então eu preocupo-me com um mundo melhor e a senhora afinfa-me com o colestrol?
Claro, ambos resultantes dos excessos alimentares das festas (o consumismo já chegou ao ponto de haver programas post rabanadas e perú) quando há gente a morrer diariamente de fome!
A senhora não é um bom coração, uma alma solidária, enfim, uma verdadeira mulher de esquerda.